Página #37 - Todo dia (David Levithan)


Todo dia
David Levithan
Editora Galera Record
280p.
Skoob | Orelha de Livro


A é um ser sem gênero que acorda todos os dias no corpo de uma pessoa diferente. Num belo dia ele acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada. Até então A tentava não mudar a vida das pessoas em quem habitava por um dia, para que no dia seguinte tudo seguisse da mesma forma, porém ele se apaixona por Rhiannon e passa a tentar encontrá-la todos os dias, não importa o que isso provoque para os seus hospedeiros.

Por si só a premissa do livro já é incrível, mas Todo dia é ainda mais! O livro é lindo, fala do amor na sua forma pura, sem levar em conta gênero, raça, sexo, cor e qualquer outra característica física. O que interessa aqui não é o porquê A acorda cada dia em um corpo diferente, mas refletir sobre a diversidade, se colocar no lugar do outro, entender que cada um lida com seus problemas de uma forma e que não existe problema maior que o outro.

Esse livro estava parado na minha estante há um tempão e que bom que peguei nesse momento para ler! Foi uma leitura muito gostosa. É o primeiro do David Levithan que leio e já estou apaixonada. Tenho mais dois livros dele na estante e tenho certeza que serão os próximos a serem lidos. Esse cara tem o dom, viu!

O A é um personagem muito fofo e Rhiannon é uma menina bem forte, que deve ter muitas questões em sua vida. Infelizmente não conhecemos muita da vida dela em Todo Dia (para isso Levithan lançou Outro Dia, espécie de 'continuação' deste.) As vivências de A tornam o livro mais interessante, porque ele acorda no corpo de pessoas com depressão, acima do peso, extremamente pobres, mesquinhas, fúteis, de bem com a vida, apaixonadas, transsexuais. A partir disso, podemos refletir muito sobre a nossa necessidade de pertencer, de criar laços, já que pra A isso é algo bem distante.

Acho que o fato de o primeiro corpo que ele habita no livro ser um menino me fez imaginar A como um menino (sem contar a tradução que usa o artigo 'o' quando se refere ao personagem). Provavelmente ler o original em inglês deve fazer mais sentido, por ter um artigo neutro. Mas também não faz tanta diferença assim, né? O autor consegue muito bem passar a mensagem e nos fazer ficar dias refletindo.

Indico de olhos fechados! Vale muito muito a pena. ;)
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