Trilha Sonora - Rolling Stones X O Mestre e Margarida

Dois homens estão sentados num banco de praça. Eles discutem sobre um poema, o qual fala sobre religião. Mikhail Aleksandrovic Berlioz e o poeta, Ivan Nikolaevitch Poniriev, nem imaginam que serão abordados pelo visitante mais estranho que já pisou em Moscou. Um homem educado e culto, que afirma ter visto o julgamento de Jesus. E o viu, pois esse homem é o demônio.


Esse é o resumo da primeira parte do livro O Mestre e Margarida (1941),  do escritor russo Mikhail Bulgakov. Como já percebeu o livro narra a história fictícia de uma visita do Pai de Mentira à Moscou no fim da década de 20. Por mais que o enredo pareça absurdo e voltado para o terror, os temas abordados no livro são bem humanos, coisas como: maniqueísmo, inocência e culpa, honestidade, ganancia, patriotismo, e claro, um pouco de religião e fé.

Se você ligasse o Rádio em qualquer lugar do mundo no ano de 1968, provavelmente, ouviria Mick Jagger, vocalista dos Rolling Stones, cantar o seguinte verso:

"Por gentileza me permita que eu me apresente.
Sou um homem de fortuna e requinte,
Estou por aí já faz alguns anos.
Roubei as almas e a fé de muitos homens.
E eu estava por perto quando Jesus Cristo
teve seu momento de dúvida e dor
fiz a maldita questão de garantir que Pilatos
Lavasse suas mãos e selasse seu destino"

Essa música se chama Sympathy For The Devil, em português "Simpatia pelo Diabo". Sympathy For The Devil é o primeiro single do sexto disco dos Rollings Stones, Beggars Banquet (1968). A canção foi um sucesso, e não só da forma positiva, a banda recebeu, e ainda recebe, acusações de satanismo pelo conteúdo da letra, ainda que o próprio Mick já tenha dito que é uma alusão ao livro. A revista Rolling Stone a classificou na 32ª posição em sua lista das 500 melhores canções de todos os tempos, além de ter sido regravada por vários artistas, como o Guns'n'Roses, até teve versão da atriz Cláudia Ohana na novela Vamp.

É interessante dizer que o livro tem três versões diferentes. Na versão tida como original, o fim do livro foi escrito pela esposa de Mikhail, já que autor morreu sem terminar a obra. Há também uma versão censurada que foi publicada pela revista Moscou em 1966, e também uma terceira versão composta pela especialista em literatura, Lidiya Yanovskaya, usando como base os vários manuscritos do autor.

Clipe legendado
  
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